sábado, 31 de março de 2012

História

Velhas histórias se repetem
Iniciou de forma inesperada,
Não era nada mais que uma brincadeira sem graça
Apenas uma troca de palavras,
Que mais tinham objetivo de entreter,
Mas ai tudo mudou,
Você me olhou diferente,
Aquilo me encantou.
Comecei a repetir meus erros,
Percebi onde e como tudo aquilo iria acabar...
Desta vez escolho um caminho diferente.
Prefiro me afastar.


23/07/11

sexta-feira, 30 de março de 2012

Antítese do Amor

Como posso te amar
e ao mesmo tempo te odiar?
Fazer algo contigo que detesto
mas em igual instante adorar?
Por ti faço coisas que nunca sonhei
coisas que desprezo, não curto, ou que não quero.

Por você vivo numa eterna antítese?
Não sei quanto tempo assim ficarei
sou realista, amor...
Só sei de uma coisa
enquanto te amar
coisas que detesto
do teu lado farei.

29/04/09

quinta-feira, 29 de março de 2012

Linda


Ela estava linda, olhei-a de relance, sabia perfeitamente onde encontrá-la a todo instante, disfarço o olhar, temi a reação das outras pessoas e principalmente da moça que me acompanhava, ainda fui beliscado e interrogado com a seguinte frase: “Perdeu algo ali?”, pensei se falava a verdade ou se mentia, mas o olhar da outra me paralisou e meio gaguejando falei: “Não nada, apenas pensei ter visto um amigo, mas me enganei”. Uma secura na boca repentinamente me bateu, pedi a minha acompanhante aguardar e me dirigi ao bar, lá algo inesperado aconteceu, enquanto pegava os drinks, uma mão leve me toca a nuca, automaticamente meus olhos fecharam, e um beijo suave me consome alguns segundos, caio na real e me espanto, afinal minha acompanhante poderia estar vendo a cena, apercebi que um papel foi colocado no meu bolso com um nome, número e uma frase curta, “Lucia, velhos tempos da 8ª série”. Um sentimento canalha me subiu instantaneamente, percebi que os anos passaram, a distância tinha aumentado, porém, o desejo estava intacto e mesmo sem lembrar de imediato o nome dela, meu corpo a reconheceu no olhar, no toque, no beijo. Impressionante como um passado tão distante significou apenas um dia, um carinho, poucos segundos.
Retorno a mesa com o coração na mão, cabeça confusa e rezando que ela não tenha visto nada, ao sentar vem a pergunta: “Porque a demora? E porque tu só veio com apenas um drink?”, de coração aliviado respondo: “Neto me roubou um e me segurou por lá”, conformada ela se cala e a paz impera na mesa outra vez.

02/02/11

quarta-feira, 28 de março de 2012

Estranheza ao acordar

Hoje eu acordei estranho, senti um misto de alegria e tristeza, não sei como explicar, sinto-me fisicamente bem, minha família está bem, meus amigos são calorosos, falta-me dinheiro, mas isso a todos falta, meus estudos andam bem, ando me divertindo como sempre andei, minha rotina não mudou significativamente, não desperto paixões (assim acho ser verdade), em contrapartida o mesmo não acontece comigo. Mas... por que a tristeza repentina? Levantei-me da cama com aquela “animação” habitual, segui fielmente os passos cotidianos como se estivesse a seguir os comandos enumerados dos algoritmos que estudo, o compasso do meu dia segue normal, até o presente momento nada me abalou, mas porque a súbita tristeza em meio à alegria que tem sido os últimos tempos? Não estou satisfeito por me manter distante de problemas? Não estou satisfeito com a estabilidade do meu trabalho? Não estou satisfeito com a paz que circunda minha vida? Será que hoje, algo dentro de mim cansou-se da monotonia?
 Passei a manhã inteira me perguntando essas e outras perguntas, a noite, investiguei exaustivamente minhas memórias recentes, tentando enxergar qualquer simples fato que no consciente não me afeta, mas no subconsciente me consuma, porém falho de novo na tentativa de responder, é muito estranho, sentir-se estranho e não saber porque você está estranho, ou o porque de estar estranho. Ah! Tomarei mais outro copo da bebida que me desce a garganta, quem sabe bêbado não descubra a razão, onde até o momento lúcido não consigo enxergar esta lógica maluca que me sinto alegre e triste sem qualquer motivo aparente?

 21/09/10

terça-feira, 27 de março de 2012

Reincidir

Novamente sonhei com você.
O que se passa meu Deus?
Achei ter te esquecido.
Ao mesmo tempo
Ter te conhecido
Tua imagem,
da minha cabeça não sai
Desde nosso ultimo encontro
Te vejo em meus sonhos.

Não consigo entender,
Amar outra
E só a ti querer.
Confundo a imagem
Do desejo no amor,
Ou o amor no desejo?
O desejo eu amo?
Ou o amor eu só desejo?

31/01/2010

domingo, 25 de março de 2012

Criança

Acabo de fazer algo que possa me arrepender, pela primeira vez em tantos anos de minha vida, conscientemente atirei os dedos contra uma ferida entreaberta, alarguei o que se fechava, cicatrizava, consciente da dor, da aflição, e pior, do sentimento de repetição. Meus antibióticos vinham funcionando bem, não sentia mais nada, estava dopado e anestesiado.
Porém, maldita curiosidade que me faz checar a ferida, verificar os pontos que o doutor tinha feito com tanto cuidado e esmero, cautelosamente a desenhar na pele, agora eu, como se fosse uma criança inconseqüente e curiosa, meto as mãos cheias de dedos e começo a mexer, e a cada vez mais que mexo, mais feio vai ficando e percebo que as unhas carregam consigo um bolor negro, provavelmente carregada de vermes e bactérias, prontos a fazer a ferida inflamar... antibióticos dessa vez podem não ser a solução, achei que aquele meio termo em que tentei refazer o fluxo sanguíneos e a amputação tivesse resolvido, mas agora, como um menino buliçoso não sei não, terei que fazer uma verdadeira amputação.
Criança... voltaste a ser criança, menino inconseqüente, que não sabe distinguir o que pode e o que não pode, ficas ai agora a lamentar e a chorar, caso a ferida volte a se abrir e a dor passe a ser insuportável. Mas não te preocupas criança, há sempre uma solução.

08/11/2011