quinta-feira, 29 de março de 2012

Linda


Ela estava linda, olhei-a de relance, sabia perfeitamente onde encontrá-la a todo instante, disfarço o olhar, temi a reação das outras pessoas e principalmente da moça que me acompanhava, ainda fui beliscado e interrogado com a seguinte frase: “Perdeu algo ali?”, pensei se falava a verdade ou se mentia, mas o olhar da outra me paralisou e meio gaguejando falei: “Não nada, apenas pensei ter visto um amigo, mas me enganei”. Uma secura na boca repentinamente me bateu, pedi a minha acompanhante aguardar e me dirigi ao bar, lá algo inesperado aconteceu, enquanto pegava os drinks, uma mão leve me toca a nuca, automaticamente meus olhos fecharam, e um beijo suave me consome alguns segundos, caio na real e me espanto, afinal minha acompanhante poderia estar vendo a cena, apercebi que um papel foi colocado no meu bolso com um nome, número e uma frase curta, “Lucia, velhos tempos da 8ª série”. Um sentimento canalha me subiu instantaneamente, percebi que os anos passaram, a distância tinha aumentado, porém, o desejo estava intacto e mesmo sem lembrar de imediato o nome dela, meu corpo a reconheceu no olhar, no toque, no beijo. Impressionante como um passado tão distante significou apenas um dia, um carinho, poucos segundos.
Retorno a mesa com o coração na mão, cabeça confusa e rezando que ela não tenha visto nada, ao sentar vem a pergunta: “Porque a demora? E porque tu só veio com apenas um drink?”, de coração aliviado respondo: “Neto me roubou um e me segurou por lá”, conformada ela se cala e a paz impera na mesa outra vez.

02/02/11

12 comentários:

Igor Monteiro disse...

Cara, como disse em outra publicações, gosto da forma que você escreve, mas em especial nesse texto, eu aumentaria ele entende? Cresceria e faria um cantaço, a história é boa, você sabe por as palavras nos devidos lugares, mas quando a gente chega no ápice da leitura, quando chega no êxtase o texto acaba, sacas? Só uma dica, mas você tá melhorando cada vez mais, sinceramente queria ver um conto mais desenvolvido desse texto. Flw meu brother!

Igor Monteiro disse...

CORREÇÕES: *outras publicações // *contaço

Hermogenes Batista Filho disse...

Igor, é que eu tenho essa mania de cortar a onda kkk, vou pensar no que você falou sobre esse texto, e vê se o amplio, vamos ver no que vai dar.

Hugo.R (Peteka) disse...

Bacana o texto moginho... mais foi como o Ygor flw, qndo estamos no apice do texto esperando mais, ele acaba!! mais show d bola smpre to d olho por aqui!!

abrass

Mila Medeiros disse...

Tenho o mesmo problema com o que escrevo.. Muita vezes começar é faciol.. dificil eh terminar e bem o texto...

Hermogenes Batista Filho disse...

Geralmente eu não gosto de explicar o que escrevi e porque o escrevi, mas ao que parece este texto tem deixado um gostinho de "quero mais" em alguns que leram, então vou tentar explicar:

Não, não tive problemas em terminar o texto, apenas retratei um pequeno evento que muitos por aqui já passaram (mulheres no papel da ciumenta, e homens no papel de ver ex-ficantes/namoradas), que é rever uma pessoa que você teve um envolvimento, na trama, só se extende ao ponto que o homem vê fulana, arruma uma desculpa pra sair de perto da parceira, e "sem querer" encontra-se com a ex, nesse ponto eles têm um envolvimento e cada um vai para o seu lado, o rapaz volta meio atordoado e encara a companheira ciumenta que o questiona da demora, ele explica, ela aceita a desculpa, e fim da história.
Então, apenas quis retratar apenas isso, do encontro até a aceitação. Claro que eu poderia ampliar essa história e fazer uma mais elaborada e extensa, mas como pensei inicialmente o final é esse aí mesmo.

Igor Monteiro disse...

Sim pow, eu entendi o texto e não acho que o final foi tão ruim assim, nem falei isso, o que quis dizer é que o tema e o texto são tão bons que daria pra bombar com um conto MELHOR elaborado, adicionando coisas aqui e ali, por outro lado o que falo não é a exclusão do texto e sim a criação de mais um sacas? Mas valeu meu brother. Fui...

Walter Jr. disse...

ter q explicar arte eh foda.

vanessa PJMP disse...

Morginho meu querido, este texto é incrível, amei, como já falado acima, não dar vontade de parar de lê, quanto mais se lê mas se quer... pena que tem que ter um fim... entre todas que já li, pois estou sempre mim atualizando por aqui, este para mim, foi o mais forte... principalmente por acontecer tanto. sucesso! estou a espera de mais...

Felipe Talles disse...

É verídico? Parece muito com umas situações que agente se perde.

Hermogenes Batista Filho disse...

A situação toda em si não, como toda obra literária tem seus pontos de ficção, mas como citei mais a cima, peguei uma situação que todos já devem ter passado e criei este conto.

diana sarmento disse...

As pessoas não sabem apreciar a magia de um micro-conto. Eu gostei desse aqui exatamente como está. E a graça do contista é exatamente essa, não? Atender somente ao feeling da história que está esrevendo e saber onde deve parar, não satisfazer a expectativa dos seus leitores, sempre ávidos por uma boa história.